sexta-feira, 12 de março de 2010

Spartacus: Blood and Sand


Spartacus: Blood and Sand é mais uma das séries estreantes nessa temporada a conseguir sucesso de audiência, alcançando os melhores números entre os programas de conteúdo original do canal Starz, com mais de 500 mil espectadores em seu piloto. O número, se comparado a séries como CSI ou Big Bang Theory, é irrelevante, já que essas duas alcançam fácil mais de 10 milhões de pessoas. A questão é que Spartacus vai ao ar na tv a cabo, que possui um alcance bem diferente dos outros canais abertos.

Spartacus é uma figura histórica e por isso é difícil tratar dele, já que os pontos relevantes de sua vida e de suas ações estão nos livros e na internet para serem lidos, mas mesmo assim falar sobre essas coisas pode despertar sentimentos de que estraguei a graça de ver a série, então tentarei ser breve na descrição da sua história, a fim de evitar spoilers.

A série se passa na década de 70 AC e é focada em Spartacus, um trácio assim batizado após tornar-se escravo. Seu povo possui uma raiva antiga pelos dácios, que de tempos em tempos lançavam ataques contra as suas aldeias, além de não nutrir muita simpatia pela República Romana, que já se encontrava em seus últimos dias antes de transformar-se em Império. Spartacus: Blood and Sand tem início com o convite ao alistamento dos trácios, feito pela República, alegando que a união no campo de batalha seria de grande interesse para as duas partes, já que os dácios eram um inimigo comum naquele momento. Após um conflito de interesses, o trácio e sua mulher, Sura, são capturados e vendidos como escravos. A partir de então, Spartacus, enquanto luta em arenas cumprindo seu dever de escravo, sonha com a possibilidade de ser livre novamente e reencontrar Sura.

A maior referência sobre a história de Spartacus talvez seja o filme de 1960, dirigido por Stanley Kubrick e Kirk Douglas, que toma algumas liberdades criativas quanto a história, mas segue o trácio pela parte mais importante de sua vida. A série, assim como o épico de três horas de duração, precisou expandir a história, para completar seus 13 episódios de quase uma hora de duração.

Visualmente, a série segue a linha do filme 300, com uso constante de tecnologia para tratar dos ambientes externos, como as arenas, a paisagem e o céu. Além disso, o recurso da computação gráfica também é utilizado em larga escala nas cenas de luta, porque a série aproveita a sua censura para maiores de 18 anos e capricha na violência. Perfurações e amputações de membros, além da quantidade de sangue são presenças constantes. Tarantino ficaria orgulhoso. Outra “inspiração” vinda de 300 é a alteração na velocidade dos movimentos. No caso de Spartacus, a privilegiada é a câmera lenta, que ajuda o espectador a decifrar melhor a seqüência de movimentos utilizados pelos combatentes, além de dar mais destaque a violência. Os responsáveis pelas animações também usam a computação gráfica na mudança entre as cenas, muitas vezes usando algum elemento de uma cena para conduzir a outra (por vezes o sangue é que faz a ligação).

Outra característica marcante é a forte presença de cenas de nudez e sexo explícito. Assim como os programas da Showtime como Dexter e The Tudors, a Starz aproveita sua audiência 18+ e enche os episódios com sexo, muitas vezes de forma desnecessária, sem ser relevante para a história. Em todos os episódios sempre acham algum espaço para uma cena de sexo que é mais ou menos explícita, dependendo dos envolvidos. Lucy Lawless, a Xena, que interpreta Lucretia, freqüentemente tem as suas próprias cenas de sexo, mas de forma muito mais discreta e com menor exposição de seu corpo, também. Um pensamento comum é o de que as mulheres são alvo de apelação, por mostrarem praticamente todo o seu corpo nesse tipo de cena e os homens serem muito menos expostos. Em Spartacus, a nudez frontal masculina também aparece.

O terceiro ponto a destacar é a linguagem, mas não o fato de eles usarem palavras em latim as vezes, mas sim os palavrões. Debra Morgan ficaria envergonhada. Para tentar deixar os palavrões mais contemporâneos aos personagens, eles adaptaram e criaram palavrões incluindo os nomes de alguns deuses.

Spartacus é a série com o conteúdo mais explícito que eu já assisti, possuindo grandes doses de violência (e sangue, muito sangue) e sexo, ultrapassando Dexter e The Tudors, que até onde eu conhecia, eram a última fronteira nesses aspectos na TV. Spartacus passou fácil pelas duas.

E a história? A história se mostra um tanto irregular em qualidade e muitas vezes ofuscada em importância pelas cenas mais fortes, mas mesmo assim possui momentos empolgantes. Como tinha avisado, não entrarei em detalhes sobre a história, mas como é tradição nesse tipo de séries e filmes, Spartacus é marcada pelo intenso desejo pela riqueza e poder, traição e jogos políticos. Dependendo da aceitação desse post, em outra oportunidade tratarei especificamente da história da série.

Por causa da apelação, digo, excessos, ainda não viciei na série, mas acompanho toda semana, porque o desenvolvimento da história está relativamente interessante e, considerando que os criadores da série seguirão minimamente as obras anteriores, acredito que o futuro de Spartacus possa gerar grandes episódios. Até aqui a série, renovada para a segunda temporada antes mesmo de estrear, está boa e com o sucesso que está tendo, é capaz de abrir as portas para outras séries na Starz.

2 comentários:

  1. Não é o tipo de série que me interessa. E ainda tem nudez frontal masculinas. Eu fora! :D
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    Falando sério, os caras têm que pôr violência e sexo, mesmo, porque essas histórias de lutadores romanos já está batida. Tem que esticar muuito a história pra fazer render.

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  2. SEMPRE tem apelação sexual, mas explorar a nudez feminina e ignorar a masculina ñ dá, né. machismo total. (1 ponto pra Spartacus, 0 para The Tudors, etc).
    o fato de ser comparada com as obras de Tarantino já é ótimo. cenas violentas, sangrentas e realistas rule. (2 pontos pra Spartacus) [eles tbm são discípulos de Pai Mei? :P]
    gosto de produções épicas, maaaas... tô por fora da parte histórica e, talvez, ñ fizesse mto sentido pra mim.
    bom, vou aguardar o andamento da série antes de decidir acompanhar pra ñ correr risco de desistir em pouco tempo assistindo.

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